Continuando nosso texto e, finalmente, chegando à última parte, creio que não serão necessárias muitas linhas para a resposta de nossa questão. Talvez bastaria dizer algo do tipo: “não sei” ou “porque meus pais me trouxeram” ou ainda “por curiosidade”. Muitos acham que se tornam espíritas pela dor. Acho isso questionável. Não creio nesse desfecho. Todos temos o livre arbítrio e podemos, mesmo com consequências que não gostaríamos, efetuar nossas escolhas e simplesmente buscar outra coisa para nossa vida. Enfim, digo então que o motivo que nos motiva a sermos espíritas é o desejo de não estacionarmos.
A Doutrina Espírita, com todos os seus ensinamentos, nos permite ser quem realmente temos vontade de ser, sem necessidades de algo que nos tape o rosto, as ideologias, os pensamentos, as palavras e até mesmo os ouvidos. Ela nos mostra que devemos ser conscientes de que o que fizermos de nossa vida será nossa responsabilidade e haverá consequências, de acordo com a lei universal de Deus. Optamos pelo Espiritismo porque ele traz o verdadeiro Cristo para junto de nós, sem intervenções humanas, sem achismos religiosos, sem interesses escusos e isso faz com que respeitemos essas leis do Universo tanto no que tange à nossa evolução quanto ao modo de nos relacionarmos com tudo o que existe: os sentimentos, a natureza, os pensamentos, as inquietudes, os outros seres como nós. Jesus nunca obrigou ninguém a nada que não quisesse. O Espiritismo vem para nos lembrar isso: que não somos obrigados a ser dessa ou daquela maneira, mas que podemos fazer nossas escolhas, conscientemente, à partir do momento em que sabemos o que é certo ou errado.
O Espiritismo nos dá esperanças, nos traz a idéia de continuidade da vida, nos mostra o quanto nossos interesses materiais são meros enganos pois tudo o que não for do espírito, do coração, perecerá e na Terra ficará. Os bens materiais, dinheiro, fama e tudo o que for não passam de ferramentas para nossa evolução, as quais podemos usar na passagem pela Terra. A Doutrina dos Espíritos deixa-nos mais à vontade quanto a nos dedicarmos ao próximo, como nos pediu Jesus. Tantas palavras ditas por Ele não foram passíveis de serem entendidas antes, mas, com o advento do Espiritismo, temos ao oportunidade de, enfim, compreender a verdadeira grandeza das palavras do Cristo.
Não... ainda não chegamos ao ponto máximo de nossa existência eterna ou muito menos possuímos, enquanto espíritas, as melhores atitudes, palavras, pensamentos... Mas, nos dedicando a uma causa tão nobre e nos colocando abertos para novos conhecimentos, para aceitar que nem tudo estamos preparados para entender, respeitando nossos semelhantes, independente de suas crenças, valores ou ações, por mais deploráveis que sejam (como se não tivéssemos as nossas ao longo da vida espiritual) podemos dizer que já estamos no caminho, mesmo que ele ainda seja muito longo ou talvez infinito.
Já pensou no que te motiva a ser espírita?
Um grande abraço.
Diego Carvalho